28/07/10


muitas alturas, começo a escrever sem saber bem o porque.
tantas outras escrevo com o propósito de desabafar.
nao tenho tido uma má vida, mas por favor, não foi de todo fácil,
tantas outras vezes na minha vida escrevi na tentativa de confessar algo a alguém, sem sequer usar as palavras que deveria ter usado, sem usar as expressões que deveria ter feito, por vezes uso toda a teatralidade que a vida me ensinou para me proteger, por vezes sou tão cru que alguém que me queira agarrar não me consegue proteger, eu nem sempre fui humano, muito menos sincero, muitas vezes me arrependi, tantas outras berrei, mordi e rasguei o que me era mais próximo só para exprimir a minha raiva naquilo que era algo físico. por vezes e-me difícil exprimir os meus sentimentos, por vezes é-me ainda mais difícil ser eu próprio.
tantas outras vezes escrevi para dizer aquilo que vos digo agora, não sou de todo algo fácil, muito menos simples, tenho defeitos e complexidades, objectivos e sonhos, gosto porem de viver na ilusão, vivo de ilusões acordadas de tudo aquilo que seria, por vezes já escrevi para falar sobre elas.
na minha vida ja escrevi tanto sobre tanta coisa, diria mesmo que na minha vida já escrevi sobre tantas coisas quanto as coisas que me são mais especiais pois é sobre elas que escrevo, e se vos falo sobre o que escrevo e tão difícil não falar sobre tudo isto que aqui escrevo, e que neste momento o leitor lê, pois escrevo algo tão concreto, quanto concreto sou eu neste momento!

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